domingo, 4 de dezembro de 2011

Subsidio para escola dominical: Lição 10 - 04/12/2011

Lição 10

O EXERCÍCIO MINISTERIAL NA CASA DO SENHOR
Texto Áureo: I. Co. 4.2 – Leitura Bíblica: Ne. 13.1-8

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

Objetivo: Mostrar aos alunos que o verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.

INTRODUÇÃO
Em dias difíceis, e de crise, o exercício ministerial exerce papel fundamental. Sem um ministério firme e comprometido com a Palavra, o povo é conduzido à ruína. Na aula de hoje atentaremos para esse importante tema. Definiremos bíblico-teologicamente o significado de ministério, destacaremos a relevância de um ministério em conformidade com os padrões bíblicos, e ao final, o papel que o ministério exerce na condução da obra de Deus.

1. MINISTÉRIO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA
Ministério, em hebraico, vem do verbo sarat, que denota “ministro, servo, oficial” e se refere à pessoa que exerce trabalho na casa real (II Sm. 13.17) ou em uma corte de oficiais e servos públicos (II Cr. 27.1; 28.1; Et. 1.10). Este verbo deva ser distinguido de abad, que diz respeito ao serviço em geral. Essa palavra está associada ao serviço dado a um indivíduo de status, como no caso de José que serviu a Potifar (Gn. 39.4). O uso mais importante de sarat é no contexto da adoração ao Deus de Israel (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15,16). As referências apontam o papel especial de ministração diante de Deus ou do Seu povo. Os indivíduos que exerciam o ministério geralmente eram os sacerdotes levitas, tal como Arão (Ex. 28.35). Sarat também diz respeito à pessoa envolvida no serviço, comumente o termo é traduzido por “ministro” ou “servo”, o caso de Josué que servia a Moisés (Ex. 24.13; 33.11; Nm. 11.28; Js. 1.1) e dos anjos que servem a Deus (Sl. 103.21; 104;4). No Novo Testamento, destacamos duas palavras gregas para ministro: diakonos, frequentemente traduzida por servo, e o substantivo hyperetes que designa alguém em subordinação, desempenhando um papel, como um guardião (Mt. 5.25; 25.58; Mc. 14.54,46). O ministro, consoante ao exposto, é alguém que tem a responsabilidade de servir ao Senhor, como um guardião da doutrina, compromissado com a Palavra de Deus, para o bem do povo.

2. A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS 
Muitos querem ser ministros, mas poucos, de fato, estão dispostos servirem à Palavra de Deus. Nas horas de crise, o ministro que serve ao Senhor faz a diferença, basta atentarmos para o exemplo de Neemias que durante doze anos esteve firme, enfrentando oposição de dentro e de fora, mas sem fazer concessões em relação à vontade de Deus. Não há outro modo de conhecermos a Palavra de Deus, senão através da Palavra de Deus. A maior necessidade da igreja evangélica brasileira é o retorno à Bíblia, não apenas lê-la, mas, sobretudo, colocá-la em prática. Os ministros precisam dar o exemplo, devam ser leitores inveterados da Palavra, não podem trocar a Manual de Deus, pelos livros de autoajuda, os compêndios de psicologia moderna, ou mesmo pelas instruções dos gurus da administração eclesiástica. Conforme está escrito no capítulo 13 de Neemias, o povo começou a querer entrar pelo caminho do sincretismo religioso. O Senhor proibiu terminantemente que esse ecumenismo se realizasse (Ne. 13.1,2). A tolerância é necessária a todo cristão, mas não podemos fazer concessões em relação à Palavra. Os sacerdotes, para tirarem alguma vantagem, certamente econômica, abriram às portas a interesses contrários à vontade de Deus. Por esse motivo, Malaquias, como profeta do Senhor, denunciou a corrupção (Ml. 2.1-9). Há líderes eclesiásticos que vendem o povo com facilidade, principalmente aos interesses políticos, se obtiverem algum benefício próprio. A ordem do Senhor é contundente: “retirai-vos do meio deles” (II co. 6.17). A igreja do Senhor não precisa fazer conchavos com o mundo para adquirir visibilidade. Na maioria das vezes é sofrendo perseguição que a igreja mostra que é igreja.

3. O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS
Neemias conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais, este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto muitos, na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade de agir imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da casa de Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com firmeza diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio (Mt. 21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus, não pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.

CONCLUSÃO
Em alguns contextos evangélicos, os inimigos da obra de Deus estão sendo levados para cima do altar. Tais práticas acontecem porque alguns supostos ministros estão querendo tirar proveito próprio das influências. A corrupção se instalou em determinados arraiais evangélicos e já se naturalizou, as pessoas admitem como se tudo fosse normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não sentem mais o pecado, justificam seus atos profanos até citando versículos descontextualizados. A indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável para que tenhamos mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor Jesus, precisamos lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem com o Reino de Deus.

BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
PACKER, J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.