domingo, 21 de junho de 2009

Lição 03 - Partidarismo na Igreja

Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 1.10-13; 3.1-6

Introdução:
I. Uma Igreja, Quatro Partidos (1 Co 1.10-12)
II. A Igreja e a Diversidade de Seus Ministérios (1 Co 3.1-10)


Conclusão:

Título deste subsídio: O partidarismo entre os crentes produz dissensões na igreja
Palavras-chave: Secular, carnal


Um dos problemas mais evidentes em Corinto era o das divisões espirituais. Durante a ausência de Paulo a igreja havia desenvolvido grupos fechados, conflitantes facções egoístas que ameaçavam despedaçar a sua comunhão. O problema era antigo. Paulo tentou mostrar a natureza não-cristã de um grupo rixoso, dividido e crítico de crentes professos. Ele afirmou que a nova experiência em Jesus Cristo poderia resolver este antigo problema. Ao defender a unidade cristã, Paulo apresentou vários contrastes, ou comparações, entre a vida dirigida pelo Espírito em Cristo, e a vida egoísta e carnalmente motivada dos coríntios.
1. EXORTAÇÃO À UNIDADE (1.10)

a) Paulo suplica aos coríntios em palavras fortes e persuasivas: digais todos uma mesma coisa. Esta é uma expressão clássica usada em relação às comunidades políti cas que estão livres de tensões, ou em relação a nações diferentes que estabelecem cordi ais relacionamentos diplomáticos e comerciais.
A palavra para dissensões (schismata) significa "fenda", "fissura", ou "divisão". O termo é usado por Marcos (2.21) e por Mateus (9.16) para descrever um rasgo em uma vestimenta velha. João usa a palavra (7.43) para descrever uma divisão de opinião entre as pessoas com respeito a Jesus. Paulo usa a mesma palavra em referência aos grupos pretensiosos que faziam da observância da Ceia do Senhor uma zombaria (11.18). Na expressão sejais unidos, Paulo usa um termo médico. Barclay explica o termo como "uma palavra médica usada em relação à ligadura de ossos que foram fraturados, ou à ligadura de uma junta que foi deslocada".! Paulo deseja que eles cheguem a um entendi mento correto e a uma unidade de opinião, ou julgamento.
2. RELATÓRIO DA DISSENSÃO (1.11)

Paulo tinha recebido um relatório da família de Cloe: Me foi comunicado pelos da família de Cloe que há contendas entre vós. Cloe não é conhecida, exceto pela referência neste ponto. O fato de Paulo se referir a ela serve a três propósitos. Indica que este relatório não era constituído de rumores infundados ou burburinhos inconseqüentes no "campo eclesiástico". Isto também sugere que Cloe era uma mulher de caráter e de boa posição. Além disso, a referência sugere que a igreja tinha elevado mulheres a uma posição de dignidade e respeito.
A palavra que Paulo usa para contendas significa discussões amargas. O grego (eris) é "um termo empregado por Homero para significar 'batalha' na obra Ilíada e 'con tenda' ou 'rivalidade' na obra Odisséia". Um significado ainda mais forte desta palavra é apresentado na expressão "quando o ódio me domina". As divisões em Corinto não eram leves divergências de opiniões. Eram disputas arraigadas que ameaçavam a exis tência da igreja.
3. AS DIVISÕES NA IGREJA (1.12)

As divisões na igreja eram o resultado de uma associação carnal aos nomes de líde­res humanos. Não havia qualquer desacordo entre estes próprios líderes. Mas o desacor do surgiu quando certas pessoas insistiram na autoridade de um líder sobre outro. Al guns estavam dizendo: Eu sou de Paulo, e eu, de ApoIo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo. Portanto, parecia haver uma divisão quádrupla.
a) O Grupo de Paulo. O grupo de Paulo era provavelmente uma combinação de cren tes simples e sinceros e a "velha guarda", composta dos patriarcas fundadores, ou mem bros fundadores. Sua preocupação pode ter sido basicamente espiritual. Mas o fato de eles exibirem o espírito faccioso também indicava que podem ter desejado usar a sua condição de mais velhos para exigir prioridade sobre a liderança da igreja. Ou podem ter tendido a fazer da liberdade em Cristo pregada por Paulo uma desculpa para uma liber tinagem não autorizada. De qualquer maneira, Paulo não se deixou seduzir pela falsa lealdade desses coríntios em relação a ele.

b) O Grupo de ApoIo. De acordo com Atos 18.24, Apolo era um homem eloqüente, bem instruído nas Escrituras. Com a grande ênfase sobre a expressão verbal em Corinto, era natural que alguns tivessem preferido o eloqüente ApoIo ao menos impressionante Paulo (2 Co 10.10). ApoIo era de Alexandria, e pode ter tido uma formação intelectual interessante que, acrescida de sua habilidade oratória, teria feito dele um pregador que atraía muitas pessoas.

c) O Grupo de Cefas. Aqueles que seguiam a liderança de Pedro eram judeus conver tidos que insistiam na idéia de que os cristãos deviam observar a lei judaica, ou eram gentios convertidos que eram legalistas em sua abordagem da vida cristã.
d) O Grupo de Cristo. Embora alguns estudiosos debatam a questão, parece válido acei tar um quarto grupo chamado de "grupo de Cristo". William Baird declara três possíveis descrições deste grupo. 1) O grupo de Cristo era uma facção judaizante composta por con vertidos de Tiago, o irmão do Senhor; 2) O grupo de Cristo era um grupo libertino, consis tindo de pessoas que queriam completa liberdade ética e religiosa, sem que uma autorida de apostólica fosse exerci da sobre eles; 3) O grupo de Cristo era uma facção de gnósticos que adoravam exibir seu conhecimento e exigiam a liberdade de pensamento e de ação.
4. UM SÓ CRISTO E UM SÓ BATISMO (1.13-17)

Paulo considerava a igreja como o corpo de Cristo (1 Co 12.12-27). Como tal, o corpo era unido e não devia ser despedaçado pela discussão carnal da igreja. Para comprovar o seu ensino, o apóstolo fez várias perguntas puramente retóricas que só poderiam ser respondidas na negativa.
a) Está Cristo dividido? (13) A obra de Cristo como Senhor e Salvador está dividi­da "entre vários indivíduos, para que um possua um pedaço dele, e outro, possua algum outro?". Professar o nome de Cristo em meio a discórdias, rixas e divisões é, na realida de, despedaçar a Cristo. As divisões na verdade negam o senhorio de Cristo. Como João Calvino declara: "Porque Ele só reina em nosso meio quando Ele é o meio de nos unir em uma união inviolável".
b) A primeira pergunta exaltava a Cristo. Em sua segunda pergunta, Paulo "sugere a sua própria insignificância comparativa": Foi Paulo crucificado por vós? Visto que ne nhuma personalidade humana poderia conseguir a redenção do homem, era inútil discutir sobre a liderança humana. Somente a morte de Cristo poderia trazer a salvação pessoal do homem. Em vista da crucificação de Cristo, todas as discussões do homem deveriam cessar.
c) Uma terceira pergunta concluiu o processo: Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?" 'Em nome' sugere a entrada na comunhão e lealdade, como existe entre o Redentor e o redimido". Os coríntios tinham sido batizados como cristãos, não como seguidores de qualquer líder humano.
d) O próprio Paulo só havia batizado algumas pessoas, 14-17.
Extraído do Comentário Bíblico Becon, vol 8, págs. 250, 251, CPAD.

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