domingo, 21 de junho de 2009

Lição 04 - Despenseiros dos Mistérios de Deus

Leitura Bíblica em Classe
1 Coríntios 4.1-5; 14-16

Introdução:

I. Os verdadeiros ministros de Cristo
II. A missão dos ministros de Cristo
III. Ministros dos mistérios de Deus
IV. A avaliação dos ministros de Cristo


Conclusão:

Palavras-chave: serviço, mordomia, fidelidade, juízo do homem, juízo próprio e juízo de Deus


Os coríntios, enfrentavam um problema, pois insistiam em avaliar aos pregadores a partir de um ponto de vista humano, em vez de considerá-los como servos e despenseiros. Todos, exceto o último versículo deste capítulo, tratam da natureza da mordomia apostólica. A preocupação de Paulo era apresentar a avaliação correta de líder apostólico.

I. A Missão do Apóstolo (4.1-5)

A missão de Paulo e de todos os que foram chamados para pregar o evangelho foi construída sobre quatro elementos: serviço, mordomia, fidelidade e sensibilidade aos juízos de Deus. Embora todos estes elementos estejam relacionados, há diferença entre eles.

a) Serviço (4.1). Paulo e Apolo não deveriam ser considerados como líderes de evangelhos diferentes. Ambos eram ministros de Cristo. A palavra ministros (hyperetas) significa “servos”. Originalmente o termo se referia a remadores que ajudavam a impulsionar barcos através das águas do mar. A palavra sugere a labuta e o trabalho contínuo envolvido na obra do evangelho.

b) Mordomia (4.1). Paulo e Apolo também eram despenseiros dos mistérios de Deus. Um despenseiro (oikonomos) era literalmente o “administrador de uma casa”. Freqüentemente ele era um escravo respeitado e eficiente a quem o negociante ou o dono da terra havia entregue a administração da propriedade. Como tal, o despenseiro tinha autoridade sobre os ajudantes ou empregados. Ele atribuía trabalho e distribuía mantimentos. Ele era o superintendente sobre a operação de todo o empreendimento. Contudo, ele estava sempre ciente de que era um escravo, e estava sob a obrigação de iniciar e executar a vontade do proprietário. O termo mistérios se refere a todo o plano da salvação (cf. o comentário sobre 2.7). Paulo e Apolo não possuíam qualquer conhecimento secreto escondido de todos, exceto de alguns escolhidos. Eles eram mestres e pregadores da verdade revelada sobre a salvação em Jesus Cristo e através dele.

c) Fidelidade (4.2). Esta é a principal qualificação de um apóstolo: Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel. Quando tudo é dito e feito, a principal exigência para um homem que ensina ou prega é a fidelidade a Deus e à verdade. Não a eloqüência em palavras, não a excelência em pensamento, não o magnetismo na aparência – mas a exigência é a fidelidade diária.

d) Juízo do homem, juízo próprio e juízo de Deus (4.3-5). Paulo declarou que pouco importava que avaliação os coríntios faziam dele. Ele era sempre compassivo, atencioso e gentil. Mas o apóstolo era quase que totalmente indiferente às reações dos homens em relação a si, quando se tratava da questão de pregar o evangelho. Tais juízos não tinham qualquer influência sobre a sua crença ou conduta. A razão era simples: como um despenseiro ele era diretamente responsável diante de Cristo. Paulo também não dependia do juízo próprio. Ele não omitiu a autocrítica (cf. 9.15; 15.9), e estava dolorosamente ciente de suas deficiências. Contudo, ele disse: Nem eu tampouco a mim mesmo me julgo. O juízo próprio é perigoso porque uma pessoa, com muita facilidade, sanciona as suas próprias opiniões, aprova a sua própria conduta, ou argumenta a favor de seus próprios erros. A frase: Porque em nada me sinto culpado pode ser traduzida como: “Não tenho nada contra mim mesmo”. Paulo não podia se lembrar de nada em sua vida cristã que o condenasse. Nem estava ciente de qualquer coisa que pudessem ter contra ele ou contra o seu ministério. No entanto, ele não se sentia inocentado por causa de uma consciência limpa. Ele sabia muito bem que uma consciência não acusadora não indica, necessariamente, a isenção de alguma culpa.
No caso de Paulo, a sua consciência limpa e a ausência de alguma condenação em particular, vieram como um testemunho do Senhor – e o Senhor foi o Juiz final. Além disso, se Jesus Cristo é o Juiz final, os coríntios não devem julgar nada antes de tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das trevas e manifestará os desígnios dos corações. A idéia era que os coríntios não deveriam “antecipar o grande juízo... por qualquer investigação preliminar... que
poderia ser superficial e incompleta”. Na época do juízo final, Deus irá revelar as coisas que foram mantidas em segredo nesta vida, incluindo os sentimentos e motivos íntimos que determinam a verdadeira qualidade de cada ato. No juízo final, cada um receberá de Deus o louvor. Desse modo, as pessoas devem ser cuidadosas para nem colher louvor prematuro sobre pregadores favoritos, nem derramar escárnio sobre as pessoas que não são de seu agrado, em particular. Deus é o único que está qualificado para julgar. Só Ele pode conferir louvor ou castigo bem fundamentados.
II. Pai na fé (4.14-21)

Paulo era um homem de emoções profundas, como também de convicções fortes. Portanto, o tom de sua carta freqüentemente muda rapidamente. Ele passa logo de uma severa reprovação para um estímulo carinhoso aos coríntios.
A primeira expressão de preocupação paternal foi a afirmação: Não escrevo essas
coisas para vos envergonhar; mas admoesto-vos como meus filhos amados (14).
O verbo admoestar (noutheteo) transmite as idéias de crítica com amor, ou admoestação.
Paulo não fala como um estranho severo, ou um crítico impessoal. Ele fala com o
carinho de um pai que está preocupado com o bem-estar de seu filho.
Uma outra expressão de preocupação paternal é encontrada na distinção entre o
que ensina e o pai: Porque, ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais (15). Os aios (paidagogous) eram escravos que dirigiam o aprendizado e a conduta de uma criança. O tutor, o aio, levava a criança para a escola, às vezes a ensinava, e geralmente cuidava dela. Ele era um guardião. Mas um guardião jamais pode ter o mesmo amor que um pai tem por um filho. Paulo se considera um pai espiritual dos coríntios. Duas coisas estavam incluídas na idéia dessa paternidade espiritual.
Primeiro, seu afeto por eles era grande. Segundo, eles deviam mais a Paulo do que a
qualquer outra pessoa. Portanto, ele podia dizer: Admoesto-vos, portanto, a que sejais meus imitadores (16).
A preocupação paternal de Paulo também indicava sua intenção de lhes enviar Timóteo
(17). Timóteo possuía um relacionamento com o apóstolo comparável com aquele
que Paulo tinha com os coríntios. Mas havia uma diferença. Timóteo era leal ao apóstolo e ao evangelho que ele pregava. Assim, Timóteo seria enviado para ser uma lembrança pessoal do ministério inicial de Paulo, e também chamaria a atenção deles para que se lembrassem dos caminhos de Paulo em Cristo. Timóteo lhes mostraria a humildade cristã e dissiparia a idéia de que Paulo era o líder de um grupo que estava em oposição a outros líderes da igreja.
Uma expressão final da preocupação espiritual e paternal de Paulo é o anúncio de
sua intenção de visitá-los. Alguns dos coríntios supunham que ele tivesse medo de encará-los, e tinham se tornado inchados (18, arrogantes) em sua reação para com ele. Mas o apóstolo declara que todas estas alegações são infundadas: Em breve, irei ter convosco, se o Senhor quiser (19). A hesitação de Paulo em ir até os coríntios não era uma questão de relutância pessoal de encará-los. Ele havia atrasado a sua visita porque se sentia sujeito à direção divina, e não estava livre para ir no momento em que estava escrevendo estes preciosos textos. Um homem que vive sob as instruções divinas deve exercitar o domínio próprio.
Mas Paulo lhes garante que, quando for, não ignorará suas pretensões orgulhosas e
suas interpretações presunçosas em relação ao evangelho. Sua fala não será a de um
sábio mundano, mas o apóstolo falará na virtude profética que produz resultados espirituais, e um caráter semelhante ao de Cristo. Porque o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em virtude (20). O Reino de Deus é um Reino espiritual e utiliza o poder espiritual. Suas energias e atividades não são baseadas nos discursos humanos lógicos e brilhantes, ou na eloqüência emocional. O Reino de Deus é a verdade espiritual apresentada em um espírito de humildade, e que produz resultados espirituais.
Finalmente, Paulo os enfrentou diretamente nesta questão. Não se trata de quando
ele os visitará, mas de como ele virá. Irei ter convosco com vara ou com amor e espírito de mansidão? (21) A vara representa um símbolo de reprovação e disciplina administrado por um tutor. A frase com amor indica a abordagem paternal que Paulo prefere tomar.
“Os Padrões de Deus para um Serviço Eficaz” são: 1) Mordomia fiel, 1-2; 2) Juízo
caridoso, 4-5; 3) Sacrifício humilde, 9-13; 4) Poder espiritual, 17, 20.

Extraído dos seguintes Comentários:
Comentário Bíblico Becon, vol 8, págs. 267-272, CPAD
.

2 comentários:

  1. Prabéns!!!!!!!!

    Muito bom este Blog, Deus te abençoe

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  2. Quem frequenta a escola bíblica com responsabilidade é bem aventurado........com certeza!

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